sexta-feira, 26 de junho de 2009

Racismo e Xenofobia:2 palavras raramente associados


Desde há alguns anos que o disparate é repetido dia e noite pelos palavrosos da estupidez culta: "racista e xenófobo", "racismo e xenofobia" surgem frequentemente como sinónimos ou com grau de parentesco . Porém, raramente o racismo vive associado à xenofobia. Há pessoas racistas - aquelas que acreditam na superioridade de uma raça - que não são xenófobas, pois é entre os racistas que se encontra o maior número de xenómanos. O racista vê as sociedades a partir de um identificativo biológico, presumindo que as características psicológicas, a inteligência, a cultura e as instituições são mero complemento de uma diferença biológica - e ontológica - que separa e diferencia pessoas. O racista vê, pois, as sociedades a partir de uma categoria subordinante, desvalorizando as diferenças culturais. Um racista branco associa o Ocidente à tez clara, dita "caucasiana", relegando a dimensão cultural da diversidade "caucasiana" para um patamar secundário. Um racista branco vê em qualquer branco um indivíduo que carrega o peso genético da superioridade, seja este finlandês, grego, irlandês ou romeno. O racismo, enquanto doutrina, é universal na presunção da unicidade dessa característica sobredeterminante. O grande sonho dos racistas novecentistas foi o de destruir o nacionalismo e as pátrias, substituindo-os por uma irmandade racial. No fundo, quando os nazis proclamavam a necessidade de um Estado racista - o Estado ao serviço de uma raça - faziam-no com claro propósito de juntar os brancos sob uma bandeira. Neste particular, o maior inimigo do nacionalismo europeu do século XX foi o nazismo. Só se pode afirmar adepto do nacionalismo e do nacional socialismo quem nunca leu ou sequer meditou por dez segundos sobre esta contradição nodal.


A xenofobia, por seu turno, atém-se, sobretudo, a características culturais como elemento justificador da superioridade de uma cultura sobre as restantes. A xenofobia pode ser mero movimento defensivo - um fechar-se sobre a sua especificidade, o medo de se tornar outro ou o terror de se dissipar - mas pode também ser atitude expansionista pretendendo que os outros sejam como os brancos, convertendo-os à cultura do grupo. Há sobretudo casos daquela xenofobia defensiva para que com eles nos prendamos. Cito, ilustrativamente, os thais, os birmaneses, os zulus, os chineses e muitos outros povos que foram confrontados com forte desafio à sua integridade cultural e que criaram uma identidade defensiva e agressiva face aos estrangeiros. Os thais, por exemplo, parecem ser xenómanos, mas a sua estratégia de sobrevivência enquanto "Sociedade Antiga" foi, sem contradição, a de adoptarem adaptando à cultura thai tudo o que precisam para manter a sua diferença. Só quem nunca meditou sobre isto poderá querer ver na "ocidentalização" - que joga com Estado moderno, constituições, separação de poderes, lei escrita, democracia, direitos humanos, economia de mercado, etc - uma aspiração nodal da sociedade thai. Eles sabem fazer fachada. Como dizia Mongkut (Rama IV), há que oferecer aos farangues (europeus) uma bela montra com tudo o que eles estimam marcas de civilização [ocidental], por forma a que eles [farangues] nos deixem em paz.

Porém, a outra xenofobia, é assunto que nos toca de perto. Os portugueses não são nem jamais puderam compreender o racismo. Foram, sempre, uma tão grande mistura de sangues e cargas hereditárias que tornaram o racismo uma coisa abstrusa. Temos no sangue resíduos de celtas, latinos, árabes, berberes, judeus, negros, chineses, japoneses, índios e australóides que nos impedem de proferir o palavrão horrendo do racismo. Portugal foi, sempre, xenófobo. Não gostamos dos estrangeiros, pronto, e só os queremos se gostarem da nossa cultura, da nossa língua, da nossa maneira de estar e viver; isto é, só os queremos se quiserem fazer parte de nós. Aliás, o que é a ideologia da expansão portuguesa senão esta afirmativa e obstinada vontade de universalizar a cultura portuguesa ?

Os ingleses, os alemães, os espanhóis e os holandeses - sim, aqueles que pela voz de Hugo Grócio consideravam os portugueses inferiores "pois até se misturam com os animais" - são racistas. Por seu turno, os portugueses não são racistas, mas são absolutamente xenófobos. Entre nós não se vislumbra o menor vestígio de curiosidade intelectual face ao estranho. O português só fala de coisas portuguesas, só lê, investiga e produz obra que tenha a ver com Portugal e aqueles que parecem xenómanos fazem-no, estimo, só por afectação. Por isso, nunca desenvolvemos escolas de linguística, nunca tivemos orientalismo profundo, nem arquelogia virada para o mundo, nem teoria sobre as artes, nem Filosofia. São como os Judeus. Têm a ideia de uma vaga fraternidade universal, abraçando todos os homens e todos os continentes, uma derradeira esperança de paz e concórdia entre os homens. Essa ideia dá pelo nome de Portugal ou, agora, de lusofonia. É por isso que nunca serão tribalistas, racistas, europeus. São ocidentais porque o nó dessa civilização - o cristianismo - cedo foi utilizado pelos portuguses como característica indissociável do ser e destinação de Portugal. Sempre quiseram dar exemplos ao mundo. Que maior prova de xenofobia senão essa ? Só não o vê quem não quer: os racistas xenómanos e os escravos da estupidez inteligente.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

OBAMA NO PODER


Ainda não sabemos o resultado deste novo governo,mas uma coisa já não se pode contestar:A HISTÓRIA TEVE UMA MUDANÇA.


Por todas as dificuldades que já se passou por ter nascido negro,por todas as pessoas que nos quiseram derrotar,onde é que se imaginou um AFRO-AMERICANO a governar num país em só que teve anteriormente Presidentes brancos?



Barack Obama já está em Washington. A 20 de Janeiro tomou posse como 44º Presidente dos Estados Unidos. Como fez Lincoln, há 148 anos também Obama partiu de Filadélfia de comboio rumo à cidade do Capitólio.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

PARA LER, MEDITAR E TOMAR UMA DECISÃO




A Ministra da Secretaria Especial de Promoção Racial, Matilde Ribeiro no Brasil afirma: A reação de um NEGRO de não querer conviver com um BRANCO, ou não gostar de um BRANCO, acho um reação natural, embora eu não esteja incitando isso. Não acho que seja uma coisa boa. Mas é natural que aconteça, porque quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou.

De facto não podemos gostar de muitas pessoas(quer seja branco ou negra) mas também não temos o direito de falar mal de um povo inteiro.Isto de por 1 pagam todos não é nada bom,por exemplo:
*Quando estamos a viajar com um israelista,qual é a reação da maioria?É quase sempre negativa,pois pensa que leva uma bomba dentro da mala.....
Isto é um dos muitos exemplos que existe.
O povo africano já passou por muito sofrimento, nas mãos dos brancos e isso nunca será esquecido, continuará sempre na história.
Mas agora os brancos sofrem racismo também,pode ser em menor escala mas passam por isso.O ponto positivo é que vão sentir o mesmo que fazem a nós, a frase que nunca esqueçemos:"VAI PRA TUA TERRA Ó PRETO".O ponto negativo é que nos esquecemos que nem todos são racistas e não é bom sentir que a nossa presença na"terra dos outros" incomoda-os.
Eu sou africana mas tenho muitos amigos brancos e eles gostam de mim,até queixam-se que gostariam de ter nascido em África.Impressionante não é?
É a vida!Em todos os continentes a gente da pior espécie e do melhor;por isso quando virem uma branca toda"girassa" com um preto fiquem contentes porque isso sim é uma ajuda para diminuir o racismo no mundo,as vezes podem não notar mas ainda existe racismo .

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

RELAÇÕES INTER-RACIAIS AUMENTAM NOS E.U.A




O número de casamentos inter-raciais nos Estados Unidos aumentou mais de 10 vezes entre 1970 e 2000, como conseqüência de uma mudança radical na atitude da sociedade em relação a essas uniões, de acordo com um estudo do Population Reference Bureau (PRB, Escritório de Referência sobre População), com sede em Washington. Devido em parte ao aumento da imigração e das pessoas que recebem educação terciária, a porcentagem de casais com cônjuges de diferentes etnias cresceu de 1% em 1970 para mais de 5% em 2000, afirma o PRB. Os casais inter-raciais aumentaram de aproximadamente 300 mil em 1970 para 1,5 milhão em 1999 e mais de três milhões em 2000, diz o informe de 36 páginas intitulado "Novos casamentos, novas famílias: O casamento inter-racial e inter-hispânico nos Estados Unidos".


Esta tendência, que não dá sinais de redução, sugere que os Estados Unidos estão passando de uma "saladeira" (onde cada grupo racial mantém sua identidade separada e resiste a casamentos com outros grupos) para um "crisol", muito mais aberto às relações, inclusive aos casamentos inter-raciais. Por sua vez, este tipo de casamento implica o nascimento de mais crianças bi-raciais ou multirraciais. Dos 281 milhões de norte-americanos registrados no censo de 2000, mais de 2,4%, ou sete milhões de pessoas, se declararam "multiétnicos". O PRB sugeriu que provavelmente essa cifra seja maior. O censo de 2000 foi o primeiro a incluir a categoria "multiétnica", junto com outras 15 categorias raciais, 11 delas da Ásia e do Pacífico.


Os homens negros são mais propensos a casar com pessoas de outras raças do que as mulheres negras, enquanto as asiáticas são mais propensas do que os homens asiáticos. Por outro lado, um quarto dos casais hispânicos são "inter-hispânicos", e os norte-americanos jovens e com alto nível de instrução são mais propensos ao casamento inter-racial do que os de mais idade e de menor instrução. Outro dado mostra que entre 1970 e 2000 o número de crianças que vivem em famílias inter-raciais se multiplicou por quase quatro, passando de 900 mil para mais de três milhões, enquanto os que vivem em famílias inter-hispânicas se multiplicaram por quase três, de 800 mil para dois milhões, concluiu o PRB.


A mudança nas atitudes raciais nos últimos 30 anos teve um papel fundamental no florescimento de uniões inter-raciais, que no final do século XIX eram ilegais na maioria dos Estados norte-americanos. Depois da Segunda Guerra Mundial, as leis começaram a mudar na medida em que soldados dos Estados Unidos se casavam com mulheres japonesas e que o movimento pelos direitos civis começava a questionar normas discriminatórias nos tribunais. Em 1967, a Suprema Corte determinou que todas essas leis eram inconstitucionais, embora o Alabama somente tenha revogado as suas em 2000.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

LIMPEZA ÉTNICA


PARECE GRANDE MAS NÃO DEIXEM DE LER, PORQUE O QUE O MÁRIO CRESPO ESCREVE É, EXACTAMENTE, O QUE TODOS NÓS SENTIMOS. DIVULGUEM O MAIS POSSÍVEL. VALE a PENA.




O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que lamentavam:'Perdi tudo!' 'O que é que perdeu?' perguntou-lhe um repórter. 'Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD a aparelhagem...' Esta foi uma das esclarecedoras declarações dos auto desalojados da Quinta da Fonte. A imagem do absurdo em que a assistência social se tornou em Portugal fica clara quando é complementada com as informações do presidente da Câmara de Loures: uma elevadíssima percentagem da população do bairro recebe rendimento de inserção social e paga 'quatro ou cinco euros de renda mensal' pelas habitações camarárias. Dias depois, noutra reportagem outro jovem adulto mostrava a sua casa vandalizada, apontando a sala de onde tinham levado a TV e os DVD. A seguir, transtornadíssimo, ia ao que tinha sido o quarto dos filhos dizendo que 'até a TV e a playstation das crianças' lhe tinham roubado. Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul. É inexplicável num país de economias domésticas esfrangalhadas por uma Euribor com freio nos dentes que há famílias que pagam 'quatro ou cinco Euros de renda' à câmara de Loures e no fim do mês recebem o rendimento social de inserção que, se habilmente requerido por um grupo familiar de cinco ou seis pessoas, atinge quantias muito acima do ordenado mínimo. É inaceitável que estes beneficiários de tudo e mais alguma coisa ainda querem que os seus T2 e T3 a 'quatro ou cinco euros mensais' lhes sejam dados em zonas 'onde não haja pretos'. Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivada de balas de grande calibre disparadas com impunidade. O país inteiro viu uma dezena de homens armados a fazer fogo na via pública. Não foram detidos embora sejam facilmente identificáveis. Pelo contrário. Do silêncio cúmplice do grupo de marginais sai eloquente uma mensagem de ameaça de contorno criminoso - 'ou nos dão uma zona etnicamente limpa ou matamos.' A resposta do Estado veio numa patética distribuição de flores a cabecilhas de gangs de traficantes e auto denominados representantes comunitários, entre os sorrisos da resignação embaraçada dos responsáveis autárquicos e do governo civil. Cá fora, no terreno, o único elemento que ainda nos separa da barbárie e da anarquia mantém na Quinta da Fonte uma guarda de 24 horas por dia com metralhadoras e coletes à prova de bala. Provavelmente, enquanto arriscam a vida neste parque temático de incongruências sócio-políticas, os defensores do que nos resta de ordem pensam que ganham menos que um desses agregados familiares de profissionais da extorsão e que o ordenado da PSP deste mês de Julho se vai ressentir outra vez da subida da Euribor.

domingo, 3 de agosto de 2008

O Governo da Suíça, onde a prostituição é legal, calcula que mais de três mil mulheres sejam vítimas de tráfico humano. O PÚBLICO falou com o gerente



A protagonista desta história é uma mulher. Na publicidade, a câmara acompanha-a, enquanto é empurrada, arrastada pelos cabelos, leiloada como gado e colocada na montra de uma das muitas casas de prostituição que legalmente existem na Suíça. Na vida real, o Governo suíço calcula que mais de três milhares sejam vítimas de tráfico humano no país.
"Os adeptos do Europeu chegam, olham e vão-se embora, não são bons clientes", disse ao PÚBLICO Remy, gerente do hotel Petite Fleur, edifício de três pisos (24 quartos) não muito distante do centro de Zurique que se gaba de ser o primeiro bordel legal na Suíça.
O país legalizou os bordéis em 1992, o Petite Fleur abriu em 1997. "Não foi fácil. Só conseguimos a licença após três anos de burocracias e de chatices", recorda Remy, com demasiadas "experiências negativas" para revelar o seu verdadeiro nome.
No Petite Fleur, tudo funciona às claras. As mulheres arrendam um quarto (pagam por noite à volta de 150 euros) e ficam com os lucros. "São livres: trabalham quando querem, dormem quando querem, têm televisão, acesso à cozinha, protecção 24 horas por dia e tudo. E aqui não há chefes que ficam com 50 por cento de cada serviço. Se tiverem proxeneta [papel ilegal e pouco vulgar na Suíça], não as aceitamos. Temos tido inclusive casos de meninas que chegam com chefe e aqui aprendem que é melhor trabalhar por conta própria. Não aconteceu nem uma, nem duas, nem três vezes. ‘Quero fazer a minha vida sozinha, sem um homem que me fique com o dinheiro.’"
Com o Europeu, Remy não notou qualquer alteração no ritmo diário. Nem mais nem menos clientes, nem mais nem menos prostitutas. "Há muitos rapazes novos que vêm cá, mas não ficam."
Não obstante a celebração do desporto-rei, o futebol, este evento ostenta um lado negro que, inexplicavelmente, parece passar despercebido aos olhos dos media: o tráfico de mulheres para a prostituição.
Com efeito, eventos desportivos de projecção alargada, como o Euro 2008, não movem somente a bola entre as quatro linhas; ensejam a coisificação e exploração sexual de mulheres que, por circunstâncias diversas, caem nas teias das redes e máfias de tráfico de pessoas.
Para difundir informações sobre a dimensão do tráfico humano, o perfil das vítimas e dos recrutadores, cerca de 25 associações de defesa dos direitos humanos, instituições de apoio, eclesiásticas e sindicalistas juntaram-se para lançar a campanha "Euro 2008 contra o tráfico de mulheres". Iniciada em Março, a campanha adquire maior intensidade no mês de Junho, terminando no Outono.
As reivindicações do "Euro 2008 contra o tráfico de mulheres" consistem nas seguintes linhas:
.Informação: os participantes directos e indirectos do Euro 2008 devem consciencializar-se dos contornos e corolários do tráfico de seres humanos;
.Prevenção: homens e mulheres devem saber agir perante uma vítima de tráfico e utilizar correctamente os instrumentos de denúncia.
. Protecção: o combate ao tráfico de pessoas passa pela criação de políticas convergentes para a protecção dos direitos das vítimas.


No caso de Portugal, o Código Penal português foi revisto: a definição de tráfico humano foi alargada e as penas contra os traficantes foram intensificadas: “É punido com pena de prisão de três a 12 anos quem oferecer, entregar, aliciar, aceitar, transportar, alojar ou acolher pessoas para fins de exploração sexual, do trabalho ou extracção de órgãos”. Portugal colocou em marcha ainda, em 2007, o seu I Plano Nacional Contra o Tráfico de Seres Humanos, que pretende optimizar as plataformas de apoio às vítimas, testemunhas e terceiros. Recentemente, como havia anteriormente dito, foi inaugurado o CAP que, dentro de um mês, vai acolher seis mulheres vítimas de tráfico humano.


*ESCRITO POR:ANABELA SANTOS

sábado, 5 de julho de 2008

Arbour sublinha falta de progresso contra a discriminação racial (Português para a África)


Alta Comissária da ONU (foto) diz que leis nacionais para eliminar o racismo são inadequadas e insuficientes em muitos países.
Cadija Tissiani, Rádio ONU em Nova York*.


A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Louise Arbour, afirmou que o esforço global para eliminar a discriminação racial não tem avançado como deveria. Ela atribuiu o pouco progresso ao facto dos governos não reconhecerem a existência do fenómeno do racismo.

Em discurso durante a primeira reunião preparatória para a 2ª Conferência Mundial contra o Racismo, Arbour destacou que as leis nacionais para assegurar o fim da discriminação racial são inadequadas e insuficientes em muitos países. Como consequência, os grupos vulneráveis continuam a sofrer agressões e injustiças. Racismo A segunda edição da Conferência Mundial contra o Racismo, marcada para o próximo ano, em Durban, na África do Sul, vai rever os progressos alcançados na implementação da declaração adoptada na Conferência de 2001. A revisão do processo vai ajudar a identificar medidas concretas e iniciativas para combater e eliminar o problema. Segundo Louise Arbour, o evento será uma oportunidade para governos, sociedade civil e Nações Unidas renovarem a sua determinação e empenho na luta contra o racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância relacionada. O Alta Comissária enfatizou também a necessidade de uma nova dinâmica para eliminar a discriminação racial. Ela acrescentou que a aplicação efectiva dos direitos de igualdade e não discriminação devem ser responsabilidade dos Estados. A ronda de reuniões do Comité Preparatório para a Conferência de 2009 foi aberta na segunda-feira, em Genebra. Apresentação*: João Duarte, Rádio ONU em Nova York.